Dôdi - A vida me faz sorrir!
Com uma voz linda e um fala mansa, ele, falou ao blog sobre pandemia, carreira, amor, felicidade e as mudanças que ocorreram ao se tornar tetraplégico 11 anos atrás.
O bonitão namora atualmente, mas é também adepto do voyeurismo.
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E comecei a tocar com 7 ou 8 anos, em frente onde eu morava, havia um professora de violão. Minha mãe me colocou nas aulas, e foi mais ou menos nessa mesma época que eu comecei a cantar também!
- Quem são suas maiores referência na área da música ?
Fernando Anitelli (Teatro Mágico ) é a maior referência pra mim! Caetano, Raul, Bono são minhas referências também!
- Musicalmente, o que mudou em você depois perca dos movimentos?
Meu instrumento principal era o violão, eu perdi também muito fôlego por causa do diafragma - que ficou sem força - , eu tive que reaprender a cantar, eu também tive que criar melodias com a mente minha musicalidade aflorou, me libertei das limitações do instrumento!
- O que a Pandemia mudou na sua rotina?
Minhas cuidadoras não podiam mais vir, e coisas que eu normalmente pedia pra elas como ajuda para gravar, massagens e afins, tive que começar a pedir aos meus pais, mas eles cuidam muito bem de mim!
Já no que diz sair de casa, no Brasil a pessoa com mobilidade reduzida não costuma sair muito, tem que se analisar a acessibilidade e por vezes o clima do lugar! Não existem muitos lugares preparados para quem tem mobilidade reduzida severa, eu já trabalho de casa, sinto nesse momento, mais falta dos meus amigos e da minha namorada! Praticamente minha rotina é a mesam!
- Qual seu maior objetivo profissional hoje?
Sou formado em Processamento de dados (em nive técnico) e em Sistemas de informação e Análise e Desenvolvimento de Softwares (em nível superior), já trabalho em uma das maiores empresas de informática do mundo, sou feliz no que faço e estou atualmente me aprofundando em uma plataforma específica.
Quero continuar em paralelo com minha carreira musical, atualmente faço lives e estou me profissionalizando nisso, já que quando fazíamos shows ao vivo, por conta da minha condição, eu tinha mais desconforto do que diversão. Então estou feliz por ter meu emprego, e poder continuar fazendo música profissionalmente (em termos de qualidade), e apesar de já ter certa visualização, eu quero um dia poder sair da minha bolha e ganhar dinheiro com isso!
- O que faz você sorrir?
Sou apaixonado pela vida, pela natureza, pelo universo, admira-los me fascina! A vida me faz sorrir! E até a negatividade de algumas coisas me satisfaz, pois isso gera o movimento da vida! Sou apaixonado pela vida!
- O que faz você chorar?
Eu não choro de tristeza, depois da lesão medular, minhas lágrimas são como um orgasmo! Encontrei no meu chorar, uma maneira de sentir prazer, claro que a tristeza está por perto as vezes, mas majoritariamente eu choro mais de alegria, então posso dizer que o que me faz sorrir e o que me faz chorar, estão muito próximos!
- E qual seu sonho?
Já realizei os meus maiores sonhos, cantei com Fernando Anteilli e ser próximo dele (somos conterrâneos from Osasco), já tive muito contato com t.v. seja em participação em reality shows, ou contato minha história, e eu nunca quis ganhar com isso e sim viver o momento.
Meu sonho é aproveitar cada momento, agora mesmo enquanto respondo, estou muito feliz, pois o que vale na minha vida, é o momento, estou então realizando um sonho enquanto participo dessa entrevista!
- Você sente preconceito?
Acredito que isso vem no DNA de todos os seres humanos, e ele aparece como uma prova de vida, tem que corrigir ou conviver com ele, de acordo com o que isso traz pra sua vida. Depois que eu me tornei cadeirante, não sofri preconceito propriamente dito, mas senti muita curiosidade vindo das pessoas.
Tem gente que vê a deficiência como a morte, e por vezes já vi pessoas com uma certa inveja sim, por eu ser mais relevante na cadeira do que elas caminhando. Eu já vivi mais desrespeito seja na vaga, no elevador, ou coisas do tipo, e acredito que o desrespeito é maior do que o preconceito!
- Como ficou em relação ao sexo e sua relação geral com seu corpo ?
A sexualidade do tetraplégico, pode ser muito maior do que os dos outros, e como não nasci com a lesão, eu tive uma vida sexual normal até então!
Então eu me permiti viver esse universo novo, através de imagens, trabalho na respiração e sexo propriamente dito com uma ou mais pessoas. E a própria condição me fez ter sensações novas que podem ser potencializadas! É possível ter filhos e não chego nem a ter saudade de como eu vivi isso antes!
-Quem é você?
Eu sou todo mundo, acredito que quando estamos na terra, temos uma energia única, então eu sou você, sou meus pais, sou os animais, sou uma árvore, sou meus ancestrais! Fazemos parte do planeta, eu sou parte disso, e individualmente eu sou uma vida, posso amanhã ser outra vida, ou parte de outra vida!
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Ou via e-mail: calendario12em@gmail.comPublicado em 01/08/2020









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