+18 - Marcos Piovesan - o Big Marcos.

O Belo Marcos Piovesan, Big Marcos (@bigmarcosproduction), de 46 anos, é o nosso "Nude da Semana".

Natural de Curitiba  -PR, ele fala com orgulho da longa trajetória na mundo do entretenimento adulto, além de falar sobre projetos para o futuro, e sobre curiosidade  a carreira.

Claro que ele também mandou fotos pra você s babarem, ( e não vais ser pela boca de cima,) Fique agora com o "Nude da Semana".

 -Do que você mais gosta no seu corpo e do que não gosta?

Eu não sou uma pessoa acima do peso, mas por mais que eu malhe não consigo eliminar a barriguinha (polchete), isso é uma frustação,   esteticistas aceito ser cobaia. (risos).

- Você faz algum tipo de esporte ou exercício?

Sim faço academia/musculação 05 vezes na semana, mas não tenho altura ou estrutura para ter corpo imenso, então meu objetivo é apenas saúde e manter o corpo.

- Quem é você depois que a porta fecha?

Eu Sou ativo, mas chupo de boa e amo sexo a três.

- Voce teve problemas com o Twitter ?

Sim, fui suspenso ao tentar vender, só achei estranho que donos de perfil hétero não passam por isso.

- Como começou no mundo do conteúdo adulto?

É engraçado pois eu digo que fiz o caminho inverso, normalmente as pessoas atuam em vários trabalhos pornôs e depois acabam se tornando diretores, mas eu comecei a dirigir antes.

De início eu entrei em contato com uma grande produtora nacional da época para fornecer roteiros para eles, a empresa não teve interesse e depois surgiu no mercado a extinta Pau Brasil. Eu gravei um piloto como ator e enviei a eles (não com o intuito de ser ator), meu interesse era dirigir trabalhos para eles, Pietro o dono da empresa foi super educado e solicito comigo e me ensinou o que era necessário para fazer um bom filme pornô.

Corri atrás de dinheiro para produzir e atores, acabei gravando em Curitiba/PR “Minha melhor transa”, a empresa acabou gostando da sugestão de título e usaram para seu primeiro filme Bareback, estamos falando lá por volta de 2004 e mesmo com toda a burocracia das empresas com exames o HIV ainda estava em alta, por isso era raro produtoras nacionais fazerem esse tipo de trabalho.

Meu filme ficou com o titulo de “Homens safados” e acabei produzindo mais três filmes para eles, inclusive meu primeiro trabalho foi lançado em VHS e também o DVD que entrava no mercado.  Fui chamado pela empresa a ir para São Paulo fazer o making off de gravação do filme “Capoeira- a ginga da paixão”, lá estavam os atores do momento nas produções nacionais gays e o processo de gravação era uma loucura, viajavam cedo para algum lugar, normalmente uma chácara e faziam quatro cenas e ensaios fotográficos tudo num dia só.

Acabei nesse dia sendo dublê de pau para finalizar uma cena a três, um dos atores ativos já não estava mais rendendo e faltava dez minutos de cena, como nós éramos parecidos de órgão genital fui convidado a fazer em close essa função para poder terminar o trabalho. Pau Brasil infelizmente acabou fechando e fiquei um tempo sem novos trabalhos, com as produtoras online entrei em contato com algumas internacionais, tive uma resposta positiva da MACHOFUCKER e comecei o processo para enviar material a eles.

Viajei a São Paulo e marquei quatro gravações, nem tudo aconteceu como eu esperava e não tiveram o resultado esperado, um dos atores veio gravar e o ativo não apareceu aí ele olhou pra mim e disse: “Eu topo gravar com você”.Acabei gravando sem intenção de ser ator, foi super tranquilo pois eu já tinha experiência de posicionamento de câmera e tal, precisava ter algo para enviar a empresa a fim de conhecerem meu trabalho, no final consegui produzir três cenas nessa viagem e ao receber o material me veio a resposta: “Não gostamos de nada, os atores deixaram a desejar na performance, apenas queremos a cena com o rapaz branco e veja se ele não quer fazer mais cenas pra nós”.

Foi assim que a coisa aconteceu e acabei realizando mais trabalhos como ator e ao mesmo tempo dirigindo e produzindo para empresas, minhas produções iam para o mercado internacional, pois nunca fui considerado “padrão” das produtoras nacionais.

- Como começou seu interesse pelo pornô?

Sou meio antigo (risos), meu primeiro contato com o pornô ainda foi com as revistas de sexo explícito, tinha uma coleção vasta e os amigos de rua acabam trocando material um com o outro quando enjoavam.

O vídeo cassete inicialmente chegou com um valor alto no mercado e demoramos algum tempo para ter um em casa, lembro até hoje o primeiro filme pornô que assisti hetero “Brinquedos do prazer”, com o Marc Wallice, rendeu uma punheta para cada cena.

Acabei vendo uma vez uma matéria sobre o mercado de filmes adultos e meu interesse cresceu cada vez mais, mas sempre pensando nos bastidores da área, só não imaginei que as coisas iam demorar tanto pra acontecer.

- Já sofreu algum preconceito?

Sempre há pessoas que querem te diminuir por fazer pornô, nós sofremos alguns estereótipos e um pouco também é culpa dos atores em reforçar essas coisas, às pessoas pensam que gente nessa área só pensa em sexo, usamos drogas e vivemos em balada, somos de famílias desestruturadas e principalmente com formação acadêmica quase nula, eu conheci muitas pessoas nesse meio que fogem totalmente de qualquer um desses estereótipos.

O que mais me acontece às vezes é que as pessoas não conseguem separar o Big Marcos do Marcos do dia a dia, eu digo o cara dos filmes é um personagem criado por mim, eu na vida real sou super tranquilo e na minha.

- Um ídolo do pornô?

Bom tenho dois, um em frente às câmeras e outro por trás. Na direção Jean Daniel Cadinot (in memorian), os vídeos dele são os melhores que já vi pois escolhe atores comuns, como o atendente da lanchonete em que tomamos café, mas esse caras fodem com muita vontade e ótimos roteiros, dos que continuam na ativa eu admiro também o Kristen Bjorn que sempre trabalhou com atores semi-deuses, tive o privilégio de entrevista-lo e  ele que se mostrou uma pessoa incrível de extrema cultura.  

Atuando eu tenho que dizer de um que realmente pode usar o título de pornstar: Rafael Alencar, ele atravessou o tempo na ativa e sempre bem, hoje muitos atores se definem dessa forma, mas poucos eu considero isso.

-  Com quem gostaria de gravar?

Olha internacionalmente o Carter Dane, eu penso que se formos gravar juntos já no beijo eu devo gozar de primeira, no mercado nacional há muitos atores que acabo acompanhando e gosto, um que me chama muita atenção é o Atlas Xavier, ele tem um estilo que me atraí. 

 

- Você foi o primeiro a dirigir alguns atores, como foi trabalhar com pessoas sem experiência?

Olha acredito que pra eles foi bem interessante, eu precisava mandar uma hora de cena para empresa, mais ensaio fotográfico dos atores e fotos da ação tiradas parado para não borrar, eram cerca de 05 minutos cada posição, eu que sempre gravei como ator rápido demorava cerca de duas horas e meia para conseguir fazer todo esse trabalho.

Os atores acabavam testando suas habilidades na área, alguns que trabalharam comigo logo de cara eu percebi que não levavam jeito pro negócio e outros de imediato você via a capacidade deles, quando um ator no começo da cena de sexo oral com cerca de trinta minutos não conseguia ter uma ereção eu já prévia que o trabalho não ia rolar, conversava com ele e ainda dava um tempo a mais, mas se a coisa não acontecia cancelava tudo, por muito sorte poucas foram as vezes que isso aconteceu.

- Quais produtoras você já trabalhou?

Bom em primeiro foram filmes completos com 04 cenas para Pau Brasil, aí fiz Machofucker, Treasure Island Media, Latinboyz, Rawstrokes, Oh man, Sexxy boys nacional também lancei um filme, algumas fiz como ator e outras como produtor diretor apenas.

- Tem noção de quantas cenas fez até hoje?

Inicialmente eu dirigi bem mais que atuei, são mais de 120 cenas desde 2001, antes de 2004 foram apenas experiências não comercializadas.

- Como vê a nova geração no pornô?

Acompanhei e também fiz trabalho com algumas gerações, a primeira era dos filmes feitos para serem vistos em cinema, segunda o VHS, terceira DVD, quarta geração os sites da internet, quinta os perfis e páginas próprias e nisso eu ainda divido a geração 5.1- Geração Covid, pessoas que nesse período crítico mundial perdendo negócios ou emprego acabaram indo para essa área.

A vantagem hoje em dia é que não existe mais um padrão de ator para cena de sexo (ainda existem os perfis das produtoras), mas todo mundo pode gravar agora e com a tecnologia dos celulares em alta definição. Apenas o que sempre alerto pra quem quer entrar nessa área: tenha noção da exposição, caiu na net está eternizando, muitos produtores como eu sempre passam por problemas com atores depois pedindo com o tempo para material ser retirado da internet, mas também a pirataria é tão grande que perdemos o controle de onde isso vai parar.

- O que te faz rir? e o que te faz chorar ?

Boas companhias me fazem rir, chorar é muito raro isso acontecer, mas o que me comove é lembrar de momentos difíceis que já passei, se Deus me dissesse hoje se eu gostaria de tirar esses momentos de minha vida, responderia a ELE: “Pode deixar como aconteceu”.

Pois tudo que passei acabou me deixando mais forte.

 - Qual conselho você daria para você mesmo 10 anos atrás? 

Acredite mais em você!

- Como quer estar em 10 anos?

Rico (risos), é brincadeira, claro que se acontecesse isso que bom seria mas eu no futuro gostaria de estar com uma vida mais tranquila financeiramente.

- O que te deixa de Pau duro?

Então tanto no pessoal como profissional beijo é uma coisa que me excita, na época que eu gravava para Machofucker o perfil da empresa era hetero fodendo gay então não tinha nenhum tipo de carinho em cena, nos bastidores era livre pra isso e eu vejo isso como uma forma de sintonia com o outro ator.

- Há que você acha que tem tantos acessos em seu trabalho?

Começando na Machofucker eu era um dos poucos atores brancos, eles procuravam atores muito dotados (não é meu caso) e a maioria era negro, fui eleito modelo do mês mais acessado umas três vezes. Eu sempre curti cada gravação que fiz e me entrego em cena, ao conversar com os possíveis atores eu sempre perguntava sobre o que gostavam no sexo e enviava os perfis para empresas aprovarem, eu tinha a vantagem de escolher com quem eu iria gravar.

Muitos atores que eu gostaria de ter feito cena junto acabaram apenas dirigidos por mim para outras empresas, indo para produtoras nacionais acabaram sendo proibidos de fazer trabalhos com outros.

- Fala um pouco da sua profissão e como lidou com ela na pandemia? 

 A pandemia atrapalhou todos, em final de 2019 produzi as últimas cenas para produtoras e encerramos o contrato, aí logo em seguida veio período de festas de fim de ano e carnaval, ia entrar em contato com novas empresas depois desses feriados, mas aí logo em seguida tudo parou. Ano de 2020 foi quase nulo pra mim, eu precisava viajar para gravar e acabamos tendo muitas restrições com isso, não consegui produzir material novo meu e a única sorte é que ainda eu tinha cenas feitas para postar, como muita gente ficou presa em casa foi o ano que mais acessos tive ao meu perfil e logo subi no ranking do XVIDEO, mas esse não foi o único motivo, antes de ter minha página lá várias pessoas tinham postado cenas minhas (pirataria), quando eu solicitei a minha conta migrei esses trabalhos pra meu perfil.

- Fala um pouco do seu livro?

Meu livro foi um projeto feito para TCC para pós graduação em Áudio visual, meu interesse no assunto começou escrevendo artigos e entrevistas, fui jornalista convidado a um grupo de revistas pornôs com DVD nas bancas, publiquei matérias gays, bi, trans, hetero e fui estudando o mercado de filmes hetero e aprendendo mais sobre o meio.

Los Angeles era a grande capital do pornô e a maioria das pessoas não entende o motivo: bom lá temos Hollywood e o sonho de muitos em se tornarem grandes estrelas no cinema convencional, mas isso não é tão fácil assim e por isso o pornô acabou absorvendo parte deles incluindo técnicos que não conseguiram mais projetos no convencional e levaram seu conhecimento para a pornografia, nos dias atuais como a lei dos EUA complicou mais a entrada de estrangeiros no país, a Espanha acabou sediando novas produtoras.  

O meu tema principal do TCC falava sobre a década de ouro do cinema pornô hetero nos EUA- os anos 70, no livro eu acabei resumindo e abrangendo mais o tema, falo desde a fotografia, o que é considerado pornô, o cinematografo dos irmãos Lumiere, os loops, as salas especiais de cinema, o Brasil e chego até a geração dos filmes na internet.

- Como vê seu futuro no pornô?

Então eu estou na entre safra (risos), é complicado quando você não é jovem e ao mesmo tempo não cheguei ainda no perfil dos mais velhos, cada vez que uma produtora de fora vem gravar no Brasil eu nunca sou selecionado, eles normalmente buscam os atores morenos ou negros aqui, fugindo do padrão que eles já têm nos seus países.

Faço então meus próprios trabalhos para abastecer as minhas redes, pretendo me aposentar daqui uns 04 anos, já vou estar com 50 anos até lá e não sei se aguento o pique, muitos falam: “ Mas veja o Rocco Steel atuando apesar da idade”, mas é que ele começou já nessa fase, eu digo que nossa idade de carreira no meio pornográfico é parecido com a idade de cachorro, multiplique por três (risos).

- Quem é você?

Sou amigo mesmo (mas de poucas pessoas), sempre disposto a ajudar os outros que precisem, não tolero falta de educação ou grosseria, sou comunicativo, caseiro, responsável, metódico e espero ter passado por uma vida deixando uma marca boa para às pessoas me lembrarem quando eu não estiver mais nesse mundo.



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Publicado Originalmente em 02/11/2022

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